Rua Manuel Mendes Tarrafa

Nasceu a 28 de Maio de 1896 na então vila de Ovar. Faleceu a 16 de Outubro de 1966 na Casa de Saúde da Boavista, no Porto, ficando sepultado no cemitério de Agramonte.

Depois de uma infância difícil, por insuficiência de meios económicos dos seus progenitores, estudou, rodeado de muitos sacrifícios, acabando por se colocar como informador fiscal, primeiramente em Matosinhos, depois em S. Pedro do Sul, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis.

Na nossa terra se fixou e viveu rodeado de sua mulher e de seus filhos durante muitos anos. Foi em Oliveira de Azeméis que escreveu a maioria da sua obra literária.

Por conveniência de serviço, foi colocado nas longínquas Terras do Douro, onde se reformou.

Regressado à sua residência em Oliveira de Azeméis, que considerava sua “segunda terra natal”, foi convidado pelo Senhor Júlio Mateiro para trabalhar no Centro Vidreiro a título de pessoa de plena confiança da gerência.

Charadista, poeta, escritor de elevado mérito, polémico por natureza, por temperamento, democrata convicto, é vastíssima a sua obra literária, em vários domínios da literatura portuguesa.

E, para dar uma ideia do seu valor cultural, citaremos algumas delas:

“O Paraíso da Esfinge” - novela charadista – 1941
“O Último Varento” – teatro (farsa rimada)
“Os Amigos pela Alegria” – novela (edição do autor - O. de Azeméis – 1946)
“De Perfil (Raio X)” – verso – 1947
“Marco Miliário da Milha XII”
“Arqueologia” – 1948
“Testamento do Frei Simão” – Biografia – 1950
“Marido Precisa-se” – comédia em 3 actos” – 1952
“Sua Excelência” (crítica) – 1960
“In Memoriam” (Saudade Enfinda) – 1960

Muitas mais poderíamos citar e que o autor não chegou a publicar.

Toda a sua valiosa obra é produto exclusivo de um auto – didactismo, cem por cento adquirido à custa de esforços e sacrifícios sem conta.

A luta titânica que desenvolveu, durante dois anos (1946/1948), com contundentes mas admiráveis artigos publicados no jornal “O Correio de Azeméis”, aquando da campanha do Marco Miliário da Milha XII demonstrou, para a posterioridade, o seu grande amor a Oliveira de Azeméis, onde granjeou imensas simpatias. Contudo, somos testemunha viva de que Oliveira de Azeméis nunca lhe agradeceu condignamente a sua dedicação pela defesa que, por ela, e em qualquer momento, estava pronto a enfrentar quer por palavras quer pela escrita.

Chegou a hora de Oliveira de Azeméis, e por louvável iniciativa de um seu velho amigo e admirador o Dr. Miguel Castro, lhe prestar, embora tardiamente, a simples mas justíssima homenagem, com pleno acordo da Comissão de Toponímia da Câmara Municipal, propondo o seu nome para uma rua da cidade, e isto, talvez, como último acto do seu mandato como autarquia, prestes a terminar no fim do ano de 1985.

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